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sábado, 23 de março de 2013

PELOS OUTONOS DA VIDA!






Lá fora o tempo inconstante, hoje mais ameno, driblava o Sol com nuvens espessas. Já é outono e graças às últimas frentes frias que alternaram todo o verão mais quente que ELA tenha conhecimento [ora com calor de 42° com sensação térmica de 50°, ora batia frente fria e a temperatura despencava para 25° com sensação térmica de 30°] faz com que o início de outono ainda esteja com cara de final de verão... ELA já sentindo os primeiros efeitos do outono em si, inquieta-se!  Ainda questiona esse seu temperamento outonal que a seu ponto de vista já era para soltar ao inverno faz tempo! Vive só! Pra que ser outono? Já dera os frutos que quisera dar e o amor já incumbira, faz um tempo também, de desfolha-la, voou pedaços por todos os lados, tal quais folhas ao vento! Os pedaços? Alguns voaram para tão longe, que não há mais como resgatá-los! Não há como ser completa, sem metade... Ainda assim, o outono mexe com todo o seu ser Mulher e atiça-lhe os hormônios...  Abraça o próprio corpo e como se o Sol que lhe atiça o outono a escutasse, vai falando enquanto gira e sussurra e declama:

“Oh, Sol voluptuoso lá da rua,
temperamental, lúdico e atrevido...
És o mesmo que deseja-me tão nua!
És o mesmo que me sanha destemido!

Inquieto-me! Você me acerta em cheio!
Teu clima que me inclina sobre o leito,
faz-me chamas por ti, por ti me ateio!
... e voam meus véus! Tudo está perfeito!

E minha natureza feminil,
sobre lençóis de folhas coloridas
que enfeitam solos sob um céu anil,
vai marcando a estação, em mim, vividas!

Prenhe, sigo os outonos dessa vida!
Sou tua em flores, em frutos, despida!”

Não sabe a mulher, quanto tempo ficou ali nesse delírio! Por ser natureza viva, prenha-se de amores nas lembranças dos outonos já vividos! Foram tantos! Mas a mesma força da natureza mulher dentro dela, não deixa morrer esse verão que sem tréguas, vai lhe seduzindo por todo outono que se sobrepõe no inverno até se dividir na primavera, pois é uma flor!

Maria Barros









domingo, 10 de março de 2013

* POR QUE NÃO OUÇO CANTOS DAS CIGARRAS!? * / * O POETA E A POESIA *



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O domingo esvai quente e vagaroso,
n’um verão sem os cantos das cigarras...
Tal qual eu num marasmo preguiçoso,
Anoitecendo o dia em vão,sem narras!

Penso em ti! Ai de mim se não pensasse!
Tal qual, sem canto alegre das cigarras,
Sem pensar em ti, meu  ser acinzasse,
Acostumado ao doce dessas amarras!

O céu aqui já se nubla  em negrume
E essa imensidão lá fora me assusta...
Ai, se tu não tivesses aqui em mim!

Talvez meu tempo não pusesse em rume
Talvez brigasse com essa vida injusta...
”Talvez  cantasse pro meu  amanhã, enfim”!
Maria Barros

(Soneto em decassílabos, ritmo heroico)

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