* LIVRO ABERTO, EM CONTROVÉRSIAS...*

A natureza se desfolha livre!
Das folhas soltas, solta-se de mim
mais um outono e que Deus não me livre
de viver uma  história [mas, sem fim!]

Que em cada folha desse livro meu,
Não tenha mais feridas, nem  partidas
nem nada que no tempo aconteceu...
Só quero coisas boas e vividas!

Que nesse outono de minha vivência,
Que eu prenhe dos encantos que cantei,
Dos amores que em versos já contei!

Que nesse livro aberto em difluência,
Eu veja que me vi nesses amores,
Mas que não salivei nos seus sabores!

Maria Barros

(Soneto em versos decassílabos no rítmo heróico)

* SAUDADES DA NATURALIDADE! *

Tem vezes que sentimos solitários!
E dá uma vontade muito grande
De voltar aos bons tempos imaginários,
Aqueles que a lembrança nos abrande!!

Então, voltamos para nossa infância,
Tempo mais doce que o doce do mel!
Lembranças que não morrem na distância,
que roda a vida que nem carrossel!

A nossa casa sempre tão feliz!
Os irmãos sempre unidos, sempre amigos!
Nossos pais... Ah! Saudades que nos diz! 
Todas as casas da rua eram abrigos!

Ah, pena! Hoje as vidas são tão cruas!
Ninguém é de ninguém por essas ruas!
Maria Barros
(Soneto Inglês em versos decassílabos no ritmo Heroico)
 

* CORAÇÃO QUANDO AMA! *

O coração nos dita seus desejos 
Se ele escolhe não se perde no tempo...
Se ele ama vive nele sem despejos
E jamais será curto passatempo!

O coração que muito ama com júbilo
Quer viver plenamente na alegria!
E beneficamente ser rejúbilo
Também a quem lhe traz paz, calmaria!

Um coração também sabe sofrer
Se dentro dele há triste saudade
D’um grande amor, amor de eternidade!

Assim meu coração parece ser:
Uma doce mistura: magoado,
Mas ao te ver desmonta apaixonado!
 Maria Barros
(Soneto em versos decassílabos no ritmo heróico)

*EU SEI O TEMPO DA ETERNIDADE!*

 

Já se passou um bom tempo,
Uma eternidade!
Eu sei!
Quantas noites chegaram ao dia!
Eu sei o que sentia!
Mas quando a noite chegava,
Eu te esperava!
Eu sei o tanto que te esperava!
Eu sei!
Estou sempre afim de você!
Você mesmo falou que te chamasse
Quando estivesse afim de você!
Que te chamasse baixinho,
que você escutaria...
Confesso que sou feliz
Enquanto te espero...
Você pode chegar dentro dessa espera,
Eu sei!
A eternidade é logo ali
E eu já aprendi a esperar!
Eu sei que vou esperar!
Até você chegar!!!
Eu sei que vou estar sempre afim de você,
Quando a noite chegar
Até o dia raiar...
Eu sei que vou estar lá
Eu já aprendi a esperar...
Eu sei o tanto que te esperava
Eu sei que eternidade é logo ali
E eu já aprendi a esperar!!
Eu sei o tempo dessa eternidade!
E eu sei que vou esperar!
Até você chegar!
Eu sei que você vai chegar!
 Maria Barros
 

* SINTO FALTA DE VOCÊ! *

Tem dias que me sinto como ausente!

Sem rumo, sem chão, sem tino, sem prumo...
Numa tristeza tão grande e aparente
Da tua ausência que não me acostumo!

Tem dias que surpreendo-me em leveza,
Que seria capaz de flutuar!!!
Tem dias que me estado em safadeza
e que me dá vontade de te abrasar*!

Um palpitar sentindo solidão!
Um apertado nó no coração!
As lágrimas teimando com paixão,
como se não soubessem da razão!

Razão que é essa saudade de tanto imensa,
que é difícil exprimir por ser intensa!
 Maria Barros
(Soneto inglês em versos decassílabos no ritmo heroico)

 

*Abrasar: Queimar, arder, exaltar, excitar, incendiar, afoguear, etc

,

* INSÔNIA *

 

A noite armadilhava uma cilada,
a luz temporal, fosca..., atormentava!
O assombro que anunciava na calada,
Não escondia marosca que passava!

As falenas pairavam na penumbra,
As corujas espreitavam pelos cantos,
morcegos sobrestavam sem vislumbra,
ponteiros  espreguiçavam vezes enquantos...

para completar todo azar macabro,
rasga no céu, relâmpagos medonhos
que ao estrondo de seu  engodo descalabro,
ressaltam em mim gritos âmagos bisonhos!

Sem alguma cerimônia, nasce o dia!
Esqueço toda insônia e sua agonia!
 Maria Barros
(Soneto inglês em versos decassílabos no ritmo heróico)
 

 


 

* LOUCA SOLIDÃO! *

Acordei agora
perdida na hora,
e o tempo lá fora
Parece que chora...


Chora a menina aqui dentro,
chora o tempo lá fora...
Pela pressa do vento
que passou e foi embora,
e perdida na hora,
chora a vida lá fora....


Nem sei se é o silêncio, o tempo ou a hora!
Nem sei se o que chora,
chora aqui ou lá fora...
Nem sei se é o silênco lá de fora
ou o que está aqui agora...
Só sei que chora muito mais
o que há tempos em horas
só chora dentro de mim,
perdida nas horas
que o tempo implora!
 Maria Barros

*VIVER COM RAZÃO PRA MORRER NO CORAÇÃO*

Jogada à cama, chora tristemente...
Cansada, muito embora conducente,
Travava triste duelo solitário...
Chorava ao paralelo carcerário!

D’um lado a inconciliável, a razão...
Rufiado, o conciliável coração!
Razão, sempre acordada, sempre alerta!
Babão, o coração, nada o desconverta!

Ah! Quem dera chegasse logo o tempo!
Pudesse por um fim nessa agonia!
Trousesse logo e assim, grande alegria!

Ah! Quem dera chegasse um contratempo!
Talvez, quem sabe, fosse até ilusão!?
Talvez! Quem sabe? ...Fosse melhor não!

Maria Barros
(Soneto em decassílabos no ritmo heróico)

* TERRA QUE ME PARIU! *

Nasci das suas entranhas, natureza!
Solo fértil da terra das Gerais
Jacapas das montanhas, que beleza!
E as solércias nas serras verticais!?

Curupira não dava mole, não!
Ai de quem desrespeito fosse lei!
O caipira que fala com paixão,
Sabe quem por direito torna rei!

Fome não se passava não e nem sede!
Toda casa tinha horta, muita fruta...
Todo irmão aconchegava na sua rede!

Vida casta! Que importa toda luta?!
Natureza pariu, criou - eu chorei-...
A tristeza sorriu d’onde eu morei!!!
 Maria Barros

(Soneto em decassílabos no ritmo martelo agalopado)

* DIA NACIONAL DA POESIA*

  Em ti desperto tudo e o todo belo de mim!
Elevo meu amor e minha natureza feminil
pelo gosto gostoso à beleza viril!
E se quando aflora tristeza sem fim,
fazem-se diamantes as lágrimas e fim!

Tudo na vida pode ser ou não fantasia:
na minha, na sua, de todos, de tudo; na Poesia!
 Maria Barros