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sexta-feira, 9 de março de 2012

* OS SENTIDOS DO MEDO*




A noite velha só era nevoeiro,
medonha como túmulo do eterno!
E como se coberta num aranheiro,
era puro reflêxo vil do averno!

Talvez fosse, quem sabe, a escuridão,
que é mãe de todos os medos e funestos,
que a fizesse ouvir gritos d’aflição,
murmúrios, gemidos indigestos!

Embora inda estivesse bem consterna,
pode vir por entre os baixos coqueiros
um vulto angelical [na caminhada]!

E então ouviu uma voz branda, doce e terna...
A voz do Anjo bradou em tons d’escudeiros:
- Sou o teu Anjo protetor! Não temais nada!
 Maria Barros


(Soneto em decassílabos no ritmo heróico)