... Era um caminho comum, desses que conduz à roça; chão de terra batida, cercas de madeira todas pintadinhas de branco com uma fileira de arame farpado entre os vãos, para que ninguém pudesse traspassá- las por medidas de segurança e nem o gado ganhar a estrada... De um lado, via-se um pasto muito bem cuidado e ao longe toda manada descansava ou se alimentavam do capim verdinho e do outro lado um enorme pomar que salivava meus desejos... O caminho ornado em árvores bem encorpadas me permitia sombras e ao mesmo tempo em que formavam um corredor para que o vento fresco trouxesse calmaria e deleite a quem por ali caminhava...
O prazer da liberdade que me proporcionava aquele caminho deu lugar para o encantamento quando, numa curva fechada, quando pensava que continuaria somente naquela calmaria, meus olhos soltaram diante a própria imagem, talvez, do paraíso! A partir dali, todo o caminho era ornado em ambos os lados por Ipês de todas as cores existentes, o chão era um enorme tapete colorido... Na verdade, acho que todas as árvores em flores do mundo estavam por ali posicionadas de maneira que pudesse apreciá-las de qualquer canto que estivesse... O riacho mais à frente refletia as cores da natureza que o seguia e atravessei uma ponte romântica e linda sob as sombras de árvores diversas e belas e a cada metro, um suspiro de encantamento... Uma orquestra de pássaros, junto aos sons das águas do riacho ao encontro das pequenas pedras e mais os das festas que as folhas salientes e prazerosas emitiam ao toque do vento sobre elas, e mais, e mais todo aquele suave perfume, os sons, a visão de tudo dava-me quase a certeza que ali era mesmo um pedaço do paraíso que Deus permitiu aos meus sentidos de viajante! A vontade era a de ficar por ali, sentada e apreciando aquele poema da natureza viva, mas a curiosidade dos olhos me impulsionava ao encontro da beleza que ainda se via acolá...
Os donos do lugar, com certeza eram pessoas felizes, para cuidar assim com tanto amor e atenção nos versos que Deus planta na terra o tempo todo, na esperança que todos os escutem e os sintam na alma... Mais adiante dá para ver fumacinhas, dessas que saem das chaminés anunciando delícias gastronômicas e nesses lugares elas costumam ser saborosíssimas! Com certeza já estava chegando ao Hotel Fazenda onde passaria um fim de semana regado de tranquilidade, boa comida e muita inspiração!
Se todo o trajeto até o Hotel era de pura beleza, não poderia ser diferente o local onde vivem seus donos e sua hospedaria... A beleza já começava logo na entrada; uma enorme varanda onde flores vivas desciam pelas paredes de formas estrategicamente ornamentais, muito verde aos arredores, mais lagos com seus cisnes lindos passeando em suas águas, bancos espalhados pelos caminhos, ao longe via montanhas convidando-me a explorá-las... Um mundo maravilhoso diante de todos que ali se hospedavam e seria tão pouco tempo para vivê-lo intensamente ou isso já fazia parte da certeza que seus donos têm de que todos acabam voltando sempre e mais! Afinal a natureza está sempre se renovando e ainda mais quando encontram pessoas amantes de sua beleza, assim como eu, que jamais irá cansar os olhos encantados diante de tudo que é LINDO...!
Maria Barros
Assim como é tão lindo o meu amor!
Eterna primavera e seus perfumes...
Assim é meu encanto auricolor,
Tal qual meu coração feliz em lumes!
Assim como a distância é só detalhe,
Que o tempo despercebe seus perigos...
Assim é meu amor fiel de atalhe,
Se crio para nós, vias de abrigos!
Quando és folguedo sobre meu lençol,
Faço de ti meus versos de poemas,
Sou tua fêmea, és minhas algemas!
Ah, meu doce e suave amor, meu Sol!
És a chama que inflama meu vigor,
És a fúria que atiça meu sabor...
Maria Barros
