As horas já s’escondem na penumbra...
E o rosto triste e pálido da noite,
vai se inundando, cega, sem deslumbra...
A solidão é seu castigo e açoite!
Cerram-se os olhos sem alento e rumo!
O ermo é aflição que aperta o coração!
Procura o amor, mas se perde no sumo,
Onde deixou-se presa em comoção!
Não consegue encontrar o seu caminho...
D’antes, quando florido e ensolarado;
tão seu, tão cheio de vida e encantado!
E d’um milagre de quase carinho,
Desce a lágrima, para seu consolo!
O amor te encontra! Que medo mais tolo!
Maria Barros
(Soneto em decassílabos, ritmo heroico)