A manhã nebulosa vai seguindo...
E o tempo que não para me maltrata!
E vou me equilibrando, me iludindo
Na estação vorticosa, tempo acrata!
E meu coração triste e fatigado,
antes tão palrador, hoje tão mudo,
não sabe o que fazer [pobre coitado]
do amor que de vós, antes era tudo!
Olho desanimada para o céu...
E no infinito de sua manhã,
Desnudo meu desejo de seu véu
E pergunto à saudade guardiã:
- Onde está meu amor que já me esquece?
-Em que braços não meus, ele anoitece!?
Maria Barros
(Soneto inglês em decassílabos, ritmo heroico)