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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

* EM QUAL ESTAÇÃO? * / * VOA CORAÇÃO! *






“A gente se engana”! É a resposta mais breve e consoladora, quando num momento de lucidez, dessas bem sensatas, desabamos nossas insensatezes a quem pacientemente se compromete a ouvir até esvaziar todas as mágoas provindas de feitos ou conflitos inconscientes ou simplesmente um “chega”! ... O tempo estava muito bom e o clima não poderia estar diferente! Um ar fresco tocava com delicadeza a folhagem do acolhedor e romanesco jardim que rodeava a casa. Ainda era outono e isso fazia com que tudo tivesse ares de romance, mesmo porque, o outono era sua estação preferida, a estação tesuda, dizia ELA! A cada folha que sinuosa seguia bailando ao jogo do vento, era motivo de suspiros e mais promessas de amor eterno entre o casal, que perdidos de paixão não se preocupavam com a vida além dos limites daquele jardim e daquela casa e não se preocupavam com o inexorável. Talvez tivessem razão e o outono passou mais uma vez sem temeridades dando espaço para um inverno nem tão frio e nem tão morno e até as chuvinhas espaçosas não eram suficientes para fazê-los olhar para os limites daquele paraíso que os acolhia como se fosse uma enorme cama coberta com lençol de seda e quase toda tomada por almofadas macias feitas de folhas, que relaxavam num descanso merecido, os seus corpos saciados de entregas no amor... Mas o inverno também, mais uma vez passou sem temoros, dando lugar à primavera sempre tão colorida e perfumada! E naquele paraíso a estação das flores não fazia por menos e conseguia trazer para enfeitar aquele idílio, todas as estações alternadas... Eram dias de fortes ventanias e as folhas voavam tão alto quanto os sonhos do casal, deixando o solo colorido e tão belo! Outros dias eram de chuvinha fria, tempo nublado, acolhedor, gostoso e já que amores se faziam quentes, haviam dias de eterno verão dando passagem para o verão que os pegavam no clima, tão quentes  como um fervilhado vulcão!  Mais uma vez o verão também se foi, levando consigo todos os suores dos corpos desse casal que jamais se preocupavam com o além que limitavam o seu paraíso com o desconhecido mundo...  Hoje, primavera outra vez, ELA olha para o jardim e não vê mais tanta beleza, ervas daninhas tentam desenfeitar os canteiros.
O banco, que silencioso testemunhava suas juras de amor e agora vazio, traz uma nostalgia, uma tristeza, uma solidão tão grande que a faz chorar todo esse vazio, toda saudade de ser hoje, somente ELA... “A gente se engana”! Diz-lhe a sua razão... Não sabe ELA em que estação ELES se permitiram além dos limites de seu paraíso... 

amor 61 61Maria Barrosamor 61 61



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Voa coração insensato!
Voa alto e encontre o céu de seu amor!
Guarde esse teu silêncio de fato,
Rasgue todas as barreiras, sem temor!

O espaço do amor é feito de sonhos!
Poesia pura feita canção de ninar...
Sem lágrimas, seus olhos despertam risonhos,
"um cordão d’estrelas que enfeitam esse olhar"!

Não pense tanto assim, 
que nesse tanto você se perde no sem-fim!
Voa alto coração de morar!
Acolhe logo quem nascestes para amar!
  
amor 61 61Maria Barrosamor 61 61