Quisera eu ser uma folha leve e desgarrada, levada por uma correnteza, só, sem destino, até que o próprio destino se acertasse e eu aportasse nas ramas, ao por do Sol, magnificamente mágico, só para que o meu olhar encantado pudesse receber dessa magia o meu espírito encarnado, surgindo eu mulher! Cada vez mais fascinada com a beleza que tomava-me, enquanto os meus olhos percorriam toda extensão daquele lugar que eles talvez tivessem inventado, para fugir das lutas e desgostos escurecidos, desses que esbarramos às vezes por aí! Se ficarmos olhando abismos alheios por certo tempo, acabamos deixando que eles cheguem até nós... Estou cansada! Mas sou guerreira e as lutas me instigam e é aí que meu espírito correto, manso, para por um tempo e leva-me de volta ao meu estado de encanto, de vida, de paz, de fé, de Deus! Não gosto de voares rasteiros, estou acostumada a voar nas alturas, junto aos pássaros, onde posso ver o mundo lá embaixo parecer tão normal...
A manta da noite começa a cobrir aquela paisagem que meus olhos talvez tenham criado e num piscar, para não perder a magia, as estrelas vão surgindo pontilhando todo lago e toda a terra que lhe margeiam e não demora o luar vai chegando e mostrando aos meus ávidos olhos, que aquela magia em outros tons é real e foi Deus que as criou só para encantar os meus olhos já tão encantados!
E agora, das nuvens olho para o mundo lá embaixo e penso: algumas lutas podem ser em vão, não são minhas, mas essa terra é minha e é linda por natureza e vale a pena lutar por ela!
E assim, meu espírito sublime, volta ao mundo da poesia!
Maria Barros
... nas trilhas dessa vida,
andei, cansei, cai, levantei...
Fui um pouco de tudo ou nada, não sei!
...Amei e me encantei, nas trilhas dessa vida,
e quem sabe, perdida...
... assim, como se fosse aquela meia da gaveta, sem par,
eu sou a perdida, sem você, meu aportar!