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domingo, 9 de novembro de 2014

* CAMINHOS... (Terceira parte) * / * LUTAS E DESENGANOS *








(Terceira Parte)

Estar assim, de repente, deslumbrada pela vida é algo que todo coração merece bater e Susy estava totalmente assim, fascinada e não era para menos... Há muito seu relacionamento com Daniel, incompossível com leveza de espírito, tranquilidade de sonhos e futuros, não ia muito bem mesmo e é lógico que Susy tinha total consciência que estava cometendo um grande erro, o mesmo que ela tanto combatia em seu noivo, Daniel. Tantas e tantas vezes ela soube dele com outras mulheres, discutiam e no final, depois dele prometer todas as mesmas promessas, ela o perdoava e assim ia adiando a procura de sua felicidade para depois, sempre! Talvez fosse por desânimo, a verdade que Susy tinha certeza que, se permanecesse naquela cidade, jamais viveria um romance que lhe permitisse futuro como um lar, filhos... Essas coisas simples que sonham todas ou quase todas as mulheres! Ela conhecia praticamente a todos os rapazes dali e nenhum deles balançava seu coração a ponto de romances até que apareceu no final daquela tarde, Aarom!  Ele soube como conduzi-la a pensamentos e atitudes inimagináveis aos seus conceitos e que naquele momento, nada mais disso a conceituava e assim pôde, por fim, experimentar todos os gostos e prazeres das loucuras de uma paixão... 
... De repente aquele quarto de hotel lhe parecia um mundo pequeno demais para expandir toda sua felicidade! Se ela pudesse sairia gritando ao mundo aquele momento que seus sonhos jamais se  permitiram sonhar... 
_ Aarom, mal sei de você e nem sei se quero saber! Pelo menos hoje, não me diga nada além das palavras que ouço nesse momento vindas de seu coração tão ávido de amor e desse corpo visivelmente satisfeito por estar comigo...
_ Nada mais sei de mim a não ser dessa felicidade de estar aqui com você, amor! Responde Aarom, tomado de paixão pela moça...
E mais uma vez seus corpos se agarram num arrebatamento sexual, numa mistura de contemplação de orgia selvagem da paixão com a suavidade e enlevo do amor... A  tarde já fora há muito e a noite prometia aos dois, mais paixão, mais entregas até que o dia os tomassem exaustos e felizes!
Susy abre os olhos e de repente, diante da lucidez do dia seguinte, dá um salto da cama e nem repara em sua nudez que enche os olhos do rapaz que acordara com o barulho...
_ Bom dia, amor! Linda, você está linda! Diz o rapaz ainda tonto pela noite de amor...
_ Bom dia, diz rapidamente Susy e com o rosto levemente ruborizado cobria o corpo com o lençol! Aarom  sorri maroto, aquela mulher o fascina de jeito jamais sentido:
_ Querida, vou pedir nosso desjejum, você deve estar faminta, assim como eu! Susy teve um pensamento um tanto orgíaco ao ouvi-lo falar em fome e o qual não passou despercebido do amante: _ Rsrsrs, também tenho mais fome de você, preparemos-nos! Se pudesse, Susy sairia correndo dali de tanta vergonha por Aarom ter lido seus pensamentos ou será que o tesão por aquele homem já era assim tão visível!? 
Os dois, agora abastecidos e fortalecidos, foram para o banho e mais uma vez seus corpos se entregam numa sacanagem deliciosa debaixo do único chuveiro do banheiro e que importava para eles a simplicidade do local se a paixão deles já era um luxo dificilmente passada antes por aquele local!
A manhã estava quase no final quando os amantes, em fim, resolvem sentar e conversar um pouco:
_ Fala-me um pouco mais de você Aarom! Pede a moça, agora um pouco mais curiosa em saber sobre o rapaz embora tenha sido sincera para ele desde o início. Aarom, portanto ocultara dela o que talvez pudesse dar um fim àquele idílio: _ Assim como você, Susy, também tenho um relacionamento de anos! Só que é mais sério, pois sou casado, embora seja um casamento onde suportamos um ao outro, assim como você e seu noivo! Para Susy, era como se o chão lhe houvera faltado... Um casamento não era um noivado...Um casamento é algo muito sério e inadmissível a traição antes da total separação no conceito da moça...
_ Por que você não falou de início, Aarom? Isso está errado e o que nasce errado não tem um fim justo e bom! E filhos, você os têm? O rapaz cabisbaixo e envergonhado, responde: _ Tenho três filhos, Susy!  Um rapaz de dezesseis anos e duas filhas de quatorze e onze anos... Susy não sabe o que falar naquele momento... Ela pensa em como sentiria  ela, seu irmão e sua mãe se o seu pai os abandonassem! A família não seria nunca mais a mesma!  Não no que diz respeito à alegria, dos momentos únicos que acontecem em família e outras coisas a mais...
_ E agora? Pergunta a moça! _ O que acontece de agora em diante? O que será de nós? Realmente Susy sente-se perdida e Aarom precisa dar respostas à moça:
_ Susy, sei que sou um monstro, essa é a verdade! Nada disse por não querer te perder, acredite-me! Estou apaixonado por você e nem eu sei o que fazer de agora em diante, que providências tomar... Não sei mesmo!
_ Se por várias vezes você me olhava no bar lá da cidade, se procurou saber de mim, se veio até aqui falar comigo é porque você bem sabe o que está fazendo e o que queria... O rapaz diante do raciocínio lógico da moça, ficou desconsertado: _ Perdão, amor! Fiquei fascinado por você e juro que tudo que lhe disse até aqui, foi sincero, perdoe-me e acredite-me... Susy vai até ele,  eleva seus braços e apoia-os nos ombros do rapaz fixando seus olhos nos olhos  dele, como se quisesse assim ler neles o que sua boca falava... 

amor 61 61Maria Barrosamor 61 61

(E agora? Como Aarom vai sair dessa? Será que a atração física  sentida um pelo outro será mais forte que os problemas de ambos? Será que ainda veremos esses amantes enrolados um no outro... Não perca o desenrolar dessa história, brevemente aqui em meu blog!)



Se a vida não perdoa os desenganos
E aos pensamentos soltos sem quaisquer...
Nem sei o porquê dessas lutas e enganos
Que, às vezes, venci, sem provas sequer!

Que gosto no desgosto me entregou,

As vitórias que sempre levantei!
Se a elas, nenhum grito me bastou,
 Nem lágrimas, nem risos, ansiei!  

Na falta de ousadia eu pequei

E cri no tempo que não me perdoou,
E nem a solidão fria abençoou! 

Ah! Que triste derrota que alardeei

Ao desistir dos sonhos enlevados,
Tão vividos, tão meus e desejados!
amor 61 61Maria Barrosamor 61 61

(Soneto inspirado no belíssimo pensamento “Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar” de Rui Barbosa)