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segunda-feira, 13 de abril de 2015

* OUTONOS DE JACI... *( Segunda Parte) / * QUEM ÉS TU? *










SEGUNDA PARTE

            Nasce Jaci e sua existência há de trazer-lhe toda força que principia a natureza e que as sementes semeadas por ela em seus caminhos, sejam de frutos bons que serão combustíveis que sustentarão a sua fortaleza de natureza feminil...
      Passam-se dez anos desde esse dia feliz e inesquecível de um princípio de outono. A infância de Jaci, junto aos seus irmãos mais velhos, que hoje estudam numa escola na capital, onde moram seus tios que os acolheram até terminarem os estudos, não poderia ser diferente da infância livre e feliz de qualquer criança que tenha a sorte de crescer num pedaço de terra longe dos burburinhos das cidades grandes; pedaço de terra onde Jaci podia nadar em seu rio de águas límpidas; quando vinha a sede, bebia água da fonte, na palma da mão; pedaço de terra onde se escondia por entre as árvores das matas, sempre quando precisava se esconder após alguma travessura praticada (coisas de criança); as mesmas matas de onde Jaci sempre guardava em segredo seu amigo, um querido e fiel amigo que conhecera nas entranhas daquelas matas que sempre explorava e que parecia não ter fim  e era assim o dia inteiro da feliz menina; escola, obrigações escolares e brincar e brincar...
      Não havia naquele vilarejo quem não amasse a menina Jaci, sempre tão solícita, tão simpática e carinhosa com todos! Sua mãe, dona Isaura, realmente criara seus filhos com firmeza e muita dedicação, tornando-os pessoas honestas, educadas e respeitosas e hoje, ela e seu esposo podem colher os frutos de toda essa dedicação, pois são só orgulho de suas crias, até então!
      Passam-se mais cinco anos... Lia, formada professora, voltou para o vilarejo onde leciona para a turma de quarta série de uma das duas escolas existente no vilarejo, Júnior ficara na cidade grande e depois de enfrentar um concurso público, trabalha num Banco do Governo, casara com uma colega da faculdade e dessa união nasceu Júlia, uma linda criança que trouxe muitas alegrias para toda a família e é na casa do irmão, que Jaci fica durante o período das aulas escolares e assim que entram as férias volta com toda força de sua alegria para o berço querido, matar saudades dos pais, daquele rio, das matas e do “amigo”...
      Outono, outra vez! Jaci desce do ônibus e logo vê seus pais e corre para abraça-los e enquanto abraça sua mãe, vê ao longe a imagem de quem ela não esquece... Ela lhe sorri sorrateiramente e recebe de volta o mesmo sorriso lindo que alimenta sua saudade, nas lembranças que carrega...  Seus pais e nem a tribo desse amigo não sabiam e nem podiam saber que ela descobrira a aldeia indígena que ficava do outro lado da mata e que fizera amizade com Ubiratan, hoje tão lindo e forte quanto o era na infância... E em olhares que jaci e Ubiratan aprenderam a se comunicarem, eles ali mesmo, sem que todos desconfiassem, marcam um encontro num local que só eles sabem...
      _ Que saudade é essa minha querida, que te fazem palpitar tanto assim esse seu coraçãozinho? Fala a mãe enquanto a filha a abraça. Jaci realmente sente-se feliz demais por estar abraçando os pais que tanto ama, mas aquele palpitar é para Ubiratan, seu segredo desde a infância... Ela sempre escutara que os índios não eram amigáveis e que não gostavam muito da aproximação com o pessoal do lugar e assim, fora crescendo escutando que não podia adentrar muito pelas matas e nem dar conversas se acaso encontrasse algum dos índios, embora a falecida parteira Dona Iraci, fosse da tribo, mas não morava com seu povo...
      Tão logo Jaci chega a casa, toma um delicioso banho, coloca um confortável vestidinho e senta-se à mesa onde lhe espera um almoço de aparência e certeza de paladar delicioso, feito pela mãe: - Que saudades dessa comidinha da senhora, minha mãe! Na cidade, as pessoas preparam comida para toda semana e é só esquentar no  micro-ondas e nos fins de semana vão para restaurantes. 
      - E Júlia, como está? Seu irmão falou ao telefone que eles virão no meio do ano passar uns dias aqui e estamos contando os dias pra vê-los, abraçar a todos e mimar muito nossa netinha linda!
      Éh, Júlia está cada dia mais linda e esperta! Precisam ver, já está aprendendo as primeiras letras e são só elogios da professora! Os pais ficam babando! Fala Jaci, entusiasmada e orgulhosa da sobrinha! 
      Terminando o almoço, Jaci se prepara para sair e matar saudades do lugar e sob as bênçãos dos pais, ela vai caminhando colina abaixo, onde encontra primeiro seus amigos e depois de matar saudades de todos, Jaci sobe a colina em direção à mata, a fim de encontrar Ubiratan... Ubiratan, sempre foi aquele amigo o qual ela sempre gostava tanto de estar perto dele... Ele lhe mostrara toda a mata, todos os lindos lugares e esconderijos que ali existia e havia um esconderijo, que ele descobrira ainda muito menino e que nem seu povo sabia dele e agora o lugar era só dele e dela, era o lugar onde ninguém jamais os encontraria, pelo difícil acesso e era um lugar perfeito, tinha árvores frutíferas e até um lago que passava por ali, perfeito mesmo e era todos deles... Mais um pouco e ela já entra no caminho que a levará para Ubiratan, que embora amigos, os dois sabiam que havia um algo muito maior entre eles, que só amizade...  De longe ela o avista sentado à beira do lago... Ele estava lindo demais e à sua presença, Jaci fica meio que bamba, tremendo, tamanha emoção que ela desconhecia nessa proporção... À sua presença, ele se levanta e se vira em sua direção e Jaci podia ver em seus olhos a mesma emoção que ela carregava enquanto se aproximava daquele momento: _ Olá Ubiratan! Falou com voz meio embargada e ele respondeu: Olá, Jaci! Os dois não conseguiam falar mais nada a não ser esse cumprimento e ficaram se olhando e de seus olhos saiam todas as palavras que seus lábios não conseguiram balbuciar e num ímpeto, correram um para os braços do outro, num abraço que falava alto daquela saudade, exaltava aquela paixão e extasiava todo aquele amor que sentiam um pelo outro e que  inocentemente chamavam de amizade...
Maria Barros


AGORA SABEMOS QUEM ERA O AMIGO SECRETO DA INFÂNCIA DE JACI E QUE TORNARA COM O PASSAR DOS ANOS, COM A SAUDADE, UM AMOR TÃO FORTE QUE O TEMPO NÃO PODERIA JAMAIS APAGAR... O REENCONTRO ACONTECEU! SEUS CORAÇÕES PALPITARAM E A PAIXÃO ACENDEU... E AGORA? O QUE VAI ROLAR ENTRE ELES NESSE OUTONO TÃO COMPROMETEDOR, TENDO AQUELE ESCONDERIJO PARADISÍACO COMO TESTEMUNHA?
>> VENHA CONFERIR NA TERCEIRA PARTE DESSA HISTÓRIA DE AMOR, AQUI, BREVEMENTE EM MEU BLOG!<<






Quem és tu, homem, que nem mais te vejo!?
Quem és tu, que mostraste-me o caminho
Orlado d’ilusões, qu’inda versejo!?
Onde eu quis pousar e dispor d’ um ninho!

Ah, se esse meu estado d’aluada,
Esse estado de quem anda com o cio,
 Mesmo que não me houvesse tal estrada
Estaria assim num passo sombrio!

 Feriu-me os pés, o meu primeiro passo...
Doeu até alcançar o coração,
Mas n’alma eu ouvia sons d'um carrilhão!

Por estar sempre nesse doce espaço,
Da certeza e a ilusão de não perdê-lo, 
Te faço aqui! Te faço até acendê-lo!
Maria Barros